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03/04/2011

O começo do fim





Tudo começou com um breve silêncio. Nós não precisávamos de palavras para saber que alguma coisa crescia naquele espaço entre mim e você. Estávamos próximos, mas nossos olhares se divergiam e denunciavam o quão distante realmente estávamos. Você dizia que estava tudo bem, e eu continuava perguntando com a certeza de que você jamais diria algo além disso. Alguma coisa acontecia, e nós sempre chamávamos isso de "nada".
Admito que sempre tive os 'meus dias'. Aqueles em que me tornava a pessoa mais carente, sensível e preguiçosa do mundo.  Algumas coisas me irritavam. E nesses dias, isso era tudo quase insuportável. Eu te olhava e enxergava um estranho. Era você, mas não era o meu cara.  Um estranho que não sabia ou fingia não saber absolutamente nada sobre mim. Como daquela vez, que você não olhou nos meus olhos e deu risada ao achar que aquela lágrima era de brincadeira. Não era.
nunca gostei desse tipo de brincadeira, antes, você sabia disso.
Eu sentia falta dos seus abraços inesperados na madrugada. De fingir que não estava percebendo você me olhar dormir pela manhã. Da surpresa no trabalho e do seu sorriso sincero ao ouvir uma coisa idiota dita por mim naqueles momentos em que nada que eu falava prestava.
Eu não achava justo ter que mudar para agradar você. Eu queria ser simplesmente eu. Complicada, sem o perfeitinha.
Fui covarde. Tinha medo de decretar o fim, porque sabia que não conseguiria ir muito além de você. Cometi o erro de me tornar dependente dos seus raros carinhos. Isso tornou tudo mais difícil, porque a cada dia eu me esquecia um pouco de como era estar apaixonada por você. Eu te amava e precisava de você. Mas um relacionamento não sobrevive muito tempo sem paixão, calor e admiração.
A falta que eu sentia das suas qualidades, fizeram com que elas se tornassem defeitos. E isso pra você era carência.
Todo o meu esforço para te trazer de volta para nós dois sempre piorava as coisas.  Eu me via implorando indiretamente por um carinho e fazendo coisas que eu jamais faria. Cobrar não mudava nada. Se tem uma coisa que eu aprendi com você, é que em um relacionamento, amor e carinho não devem ser tratados como uma dívida pendente. Eles devem ser pagos à vista, sem rodeios, sem descontos ou parcelas. Agora, naquela hora ou nunca mais.


Bruna Vieira.

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